Réu na ação penal da trama do golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem manifestado a aliados o receio de ser levado à Penitenciária da Papuda caso seja condenado no julgamento que ocorre esta semana.Notícias pelo WhatsApp Receba as notícias exclusivas da Folha de Pernambuco pelo nosso canal.
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Fontes próximas à família afirmam que Bolsonaro teme cumprir pena no presídio, mas seus aliados consideram improvável que isso se concretize. Segundo um interlocutor, “todo mundo” tem tentado acalmá-lo.
Leia também • Dino vota pela condenação de Bolsonaro e mais sete; placar está 2 a 0 • Trump “não tem medo de usar o poder econômico e militar”, diz EUA sobre julgamento de Bolsonaro Aliados ponderam que a chance de o ex-presidente cumprir pena na Papuda é baixa. Entre as alternativas mais citadas estão a custódia em instalações da Polícia Federal ou em presídios militares, considerados mais seguros e controlados para um ex-presidente.
A avaliação é compartilhada por políticos e assessores próximos, que acreditam que a estratégia de Moraes não seria a de condenar, mas de “humilhar” Bolsonaro publicamente. Por este motivo, opinam que dificilmente o ex-mandatário seguiria em prisão domiciliar, que cumpre desde agosto.
A tensão e a incerteza sobre o desfecho do julgamento levaram órgãos como a Polícia Federal e o Exército a providenciar estruturas especiais, incluindo salas adaptadas para a eventualidade de prisão do ex-presidente. A preparação preventiva evidencia o grau de cautela com que as autoridades tratam o caso, diante da complexidade do processo.
Com a saúde fragilizada entre quadro de soluços e uma irritação no esôfago, decorrentes de um quadro gástrico causado pela facada sofrida nas eleições de 2018, Bolsonaro tem acompanhado o julgamento de casa. A escolha, mais que uma recomendação médica, é estratégica: o recado da defesa é de que ele não teria condições de cumprir sua pena fora de casa.
Aliados também destacam que, embora temeroso, Bolsonaro segue participando de articulações políticas. Nas últimas semanas, durante visitas autorizadas pelo STF, recebeu políticos e orientou aliados sobre costuras no Congresso Nacional.
Na véspera do início do julgamento, por exemplo, recebeu o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e pediu ajuda na interlocução sobre a anistia aos envolvidos nos episódios que culminaram no 8 de janeiro de 2023.