Alepe aprova em 2 turnos criação de 112 cargos comissionados no TJPE

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A criação de 112 cargos comissionados de assessoramento no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) foi aprovada pelo plenário da Assembleia Legislativa (Alepe), nesta terça (18), em primeira e segunda discussões. Pela manhã, a medida foi acatada pelas comissões temáticas da Casa.
Desses cargos, 107 serão para auxiliar diretamente juízes de primeiro grau e cinco para o gabinete da Presidência do TJPE. Em contrapartida à criação desses cargos, o Projeto de Lei (PL) nº 2.504/2025 – que tramita em regime de urgência – extingue 72 cargos efetivos vagos, dos quais 65 são de técnicos judiciários e 7 de analistas judiciários.
A proposta, apresentada pelo presidente do TJPE, Ricardo Paes de Barros, foi acatada por unanimidade nas comissões de Justiça, Finanças e Administração Pública. E, para que fosse votada em dois turnos no Plenário, uma reunião extraordinária foi realizada.
“A criação de novos cargos com a extinção de outros trata-se, na verdade, de modificação da estrutura no plano organizacional-administrativo do órgão, a fim de reestruturar as atribuições dos seus serviços auxiliares”, afirmou Ricardo Paes de Barros, na justificativa do projeto. Segundo o texto aprovado, a alteração não acarretará aumento de despesa para o Judiciário.
A extinção de cargos de servidores públicos permanentes para contratação de comissionados foi questionada pela deputada Débora Almeida (PL) nas comissões. Ela votou a favor da proposta nos grupos parlamentares e no Plenário, mas manifestou preocupação com as consequências da medida no Interior. “Na grande maioria das comarcas do interior não temos servidores suficientes para atendimento à população, que é feita, então, por servidores municipais cedidos ao Tribunal de Justiça. Então eu vejo com muita preocupação a extinção desses cargos de analista e de técnico para a criação de cargos comissionados”.
A parlamentar registrou, também, que existe um concurso público vigente do TJPE, com validade até o dia 28 de fevereiro. A mesma preocupação foi manifestada durante a reunião da Comissão de Justiça pelo deputado Renato Antunes (PL), que chegou a avaliar que o projeto seria inconstitucional, mas não pôde registrar voto por não fazer parte da composição do colegiado. À tarde, na Reunião Plenária, o deputado do PL registrou voto contrário ao projeto. Já o deputado Waldemar Borges (PSB) avaliou na Comissão de Justiça que a medida seria constitucional, e que acredita que o TJPE “deve ter feito a avaliação da criação e extinção de cargos conforme a ótica da prestação de serviços à população”.