É dengue ou gripe? Veja as diferenças entre os sintomas

 É dengue ou gripe? Veja as diferenças entre os sintomas

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Brasil vive uma alta de dengue que já levou ao menos três estados – Goiás, Minas Gerais e Acre –, além do Distrito Federal e de capitais como o Rio de Janeiro, a decretarem emergência em saúde.

A nível nacional, segundo o último informe semanal da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, foram 243.720 casos de dengue nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024. O número representa uma alta de 273% em relação ao ano passado, quando o país teve o recorde de mortes pela doença e o segundo ano com mais casos da série histórica.

Nesse momento, uma preocupação para diversas pessoas, especialmente daquelas de regiões endêmicas, é como identificar os sinais que podem indicar a infecção? Essa pergunta é ainda mais importante no contexto em que alguns sintomas da dengue são semelhantes aos de outras infecções virais comuns como a gripe, que também se manifesta por febre, dor de cabeça, dores no corpo e mal-estar.

Ambas as doenças começam de forma repentina com as queixas citadas acima. No entanto, uma das principais diferenças a se estar atento é que a gripe pode provocar sintomas respiratórios, como tosse, coriza, congestão nasal e dor de garganta, que são incomuns no quadro de dengue, explica o infectologista do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, Leonardo Weissmann, professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).

Além disso, as febres da gripe costumam ser mais moderadas, e o quadro se resolve de forma espontânea geralmente em até 7 dias, embora possa levar ao “desenvolvimento de fadiga extrema, o que pode persistir por semanas, mesmo após a resolução dos demais sintomas”, acrescenta o especialista.

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Já a dengue é mais característica pela febre ser alta, durando de dois a sete dias. Outros sintomas mais comuns na infecção são dores de cabeça, no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, prostração e manchas vermelhas na pele, explica Weissmann:

— A dengue é marcada por uma febre alta súbita, frequentemente acompanhada de uma dor de cabeça intensa, particularmente atrás dos olhos, uma característica distintiva da doença. Além disso, os pacientes podem apresentar dores musculares e articulares intensas, que lhes conferem a denominação de “febre quebra-ossos”, e se manifestar por meio de erupções cutâneas que podem causar coceira.

Segundo orientações do Ministério da Saúde, todo indivíduo que apresentar febre alta (39°C a 40°C) de início repentino e também duas ou mais das manifestações citadas acima deve buscar o serviço de saúde para receber o devido diagnóstico e tratamento.

No caso da dengue, há ainda os chamados sinais de alarme que podem surgir após o sétimo dia da doença, depois do declínio da febre, como dores abdominais, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, sangramento de mucosa e irritabilidade. Passada essa fase, que é a mais crítica da doença, o paciente entra na fase de recuperação. Em alguns casos, porém, evolui para as formas graves conhecidas como dengue hemorrágica.

Diferenças no tratamento
Em relação ao tratamento das doenças, ambos são focados em repouso, hidratação intensa e eventual uso de remédios para atacar os sintomas, como analgésicos. No caso da gripe, até existe um antiviral específico para o Influenza, mas que só é utilizado em contextos de pacientes com maior risco e quadros graves.

Porém, no caso da dengue existem alguns medicamentos que são contraindicados pois podem aumentar o risco da forma grave, a dengue hemorrágica. São eles quase todos os pertencentes à classe de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, aspirina, entre outros, e os corticoides, como prednisona e prednisolona. Por isso, dá-se a preferência à dipirona e ao paracetamol, considerados mais seguros.

No entanto, o Ministério da Saúde reforça que “em caso de suspeita de ambas as doenças é importante aumentar a hidratação e evitar a automedicação” para minimizar os riscos. “Além disso, é possível realizar testes para identificar a exata enfermidade e fazer o tratamento adequado. O diagnóstico correto só pode ser feito pelo médico. Busque assistência na unidade de saúde mais próxima”, diz em comunicado.

A pasta esclarece ainda as diferenças nas formas de transmissão das duas infecções: “A dengue é causada pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. É um inseto doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. (…) Já a gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus Influenza, mais comumente transmitido durante o período do inverno”.

Confira abaixo as características dos sintomas da dengue e da gripe segundo o Ministério da Saúde:

Sintomas da dengue

Febre alta;

Dor no corpo e nas articulações;

Dor atrás dos olhos;

Mal-estar;

Dor de cabeça;

Manchas vermelhas no corpo.

Os sinais de alarme da doença são caracterizados principalmente por:

Dor abdominal intensa e contínua;

Vômitos persistentes;

Acúmulo de líquidos;

Sangramento de mucosa;

Irritabilidade.

Sintomas da gripe

Febre;

Coriza;

Dor de garganta;

Tosse;

Dor no corpo;

Dor de cabeça;

Dores articulares;

Diarreia;

Vômito;

Fadiga;

Prostração;

Rouquidão;

Olhos avermelhados e lacrimejantes.

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