Após três dias de atividades suspensas nas estações do Metrô do Recife, a categoria decidiu por ampla maioria pelo encerramento da grave a partir das 0h desta quinta-feira (06). O sistema voltará às operações normalmente a partir das 5h.
A decisão dos metroviários está baseada na conciliação ocorrida, na última terça-feira (04), orientada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) junto à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
A concessionária terá 30 dias para estabelecer novas ações orçamentárias junto ao Ministério das Cidades, o órgão supervisor da gestão, e da Casa Civil da Presidência da República, responsável pelas ações orçamentárias.
Presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, Luiz Soares – Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco
Dessa forma, o sindicato espera ao final desse período receber uma proposta orçamentada para compreender quais necessidades serão combatidas em curto prazo. O presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, comentou sobre essa necessidade.
“A gente vai dialogar para que o recurso venha, ele não ia chegar do dia para a noite. Queremos resolver todos esses problemas em no máximo três meses, mas precisamos encontrar esses caminhos dentro deste mês”, disse.
Para isso, a categoria apresentou um plano emergencial com dez itens que deve ser apresentado ao Governo Federal, que possuem os objetivos voltados à recuperação e segurança do sistema metroviário.
- Recuperação das subestações de energia;
- Reforço e modernização da rede aérea;
- Aquisição de locomotiva de serviço;
- Substituição e recuperação da rede aérea;
- Reposição de peças para composições;
- Recuperação das máquinas especiais, revisar e reparar equipamentos de manutenção;
- Reforço da manutenção preventiva;
- Requalificação de pátios e oficinas;
- Melhoria da segurança operacional;
- Gestão de recursos e transparência.
Ainda que a paralisação tenha sido encerrada, a categoria permanece em estado de greve. Ou seja, se as demandas não forem atendidas ou algum acordor for celebrado, os metroviários podem parar novamente o sistema.
Motivações
O presidente Luiz Soares reiterou que a decisão pela paralisação não foi de ordem para demandas exclusivas da categoria, mas pela busca de maiores investimentos para o sistema e melhoria da segurança aos passageiros e funcionários. O recente caso de incêndio no vagão foi relembrado.
“Quando a gente olha uma composição daquela pegando fogo, não é fácil para a gente, para o mecânico que consertou ver aquilo pegar fogo. Porque a gente não tem peça. Não é fácil para um maquinista, ou para o segurança, porque eles estão na ponta, todo mundo está sofrendo com isso”, desabafou.
Processo de votação da assembleia geral dos metroviários em favor da suspensão da greve – Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco
Diretor de comunicação do Sindmetro e maquinista do Metrô do Recife, Leando Félix, reforçou o discurso e alertou para possíveis tragédias caso melhorias não forem empregadas.
“Não é sobre salário ou outra causa social. Esse movimento que nós estamos fazendo é em defesa da vida. Hoje poderíamos estar contando corpos carbonizados dentro do sistema metroferroviário, poderia ser uma ‘Boate Kiss’ ambulante, entre o trecho das estações Alto do Céu e Curado”, refletiu.


