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Rubio diz que sanções estão previstas para os próximos dias, em resposta à condenação de Bolsonaro

 Rubio diz que sanções estão previstas para os próximos dias, em resposta à condenação de Bolsonaro

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O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que novas medidas podem ser anunciadas na “próxima semana”, em função da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em entrevista ao canal americano Fox News, ele se referiu aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como “juízes ativistas” e disse, sem citar nominalmente Alexandre de Moraes, que um magistrado tentou “impor reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos”. No governo americano, Rubio ocupa o cargo equivalente ao chefe da diplomacia.

— Você tem esses juízes ativistas, um em particular que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas também tentou impor reivindicações extraterritoriais até contra cidadãos americanos, ou contra alguém postando online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido — disse na entrevista, que também foi transcrita e replicada pelo Departamento de Estado. — Então, haverá uma resposta dos EUA a isso, e teremos alguns anúncios na próxima semana ou algo assim sobre quais medidas adicionais pretendemos tomar.

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Na entrevista, Rubio também disse que o julgamento no STF foi “apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tentou atingir empresas americanas e até pessoas operando a partir dos Estados Unidos”.

Na semana passada, após a Primeira Turma sentenciar o ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão, o secretário de Estado americano escreveu, em um post no X, que o país “responderá de maneira adequada a essa caça às bruxas”.

A reação americana já era esperada por integrantes do governo brasileiro, que avaliam que, dessa vez, os anúncios podem ser sanções individuais que tem como foco como autoridades brasileiras, como aconteceu contra Moraes.

Após a articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA, o magistrado foi alvo, em julho, da imposição da Lei Magnitsky, que, entre outras restrições, incluíram o bloqueio de cartões das bandeiras Visa e Mastercard mantidos pelo Banco do Brasil.

Além de Moraes, outros sete integrantes do Supremo também tiveram os vistos americanos supensos em julho, com exceção dos ministros Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Bolsonaro, e Luiz Fux, único integrante da Primeira Turma que votou na semana passada pela absolvição do ex-presidente.

Expectativas sobre novas medidas anunciadas
Interlocutores do governo ouvidos pelo Globo também avaliam que o presidente americano deverá recalibrar suas próximas ações com a extrema direita, a exemplo do que aconteceu com a Índia, taxada por comprar petróleo da Rússia.

O Brasil, por sua vez, compra fertilizantes dos russos, mas se for punido por isso, haverá problemas com o agronegócio, base eleitoral da oposição bolsonarista.

Outra avaliação é que Trump fez uma declaração branda sobre a condenação de Bolsonaro, ao dizer que considerou “terrível” o resultado do julgamento e que gosta muito do ex-presidente.

Os ataques partiram de autoridades do Departamento de Estado, como o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio. Nas redes sociais, Rubio indicou que novas sanções contra o Brasil virão.

Nas palavras de um integrante do governo Lula, a imagem do Brasil perante o mundo foi bastante positiva após o julgamento de Bolsonaro e outros militares acusados de tentativa de golpe de Estado. Ficou claro que o país não cedeu à “chantagem tarifária” da Casa Branca, expressão usada por Lula em reunião com líderes do Brics, na última segunda-feira.

Além disso, também há questões em aberto, como a investigação americana sobre práticas desleais no comércio com o Brasil, que questiona práticas como o Pix, competidor de empresas americanas de cartões de crédito.

 

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